Rodoviária - fator de desenvolvimento

Uma rodoviária é um dos fatores de desenvolvimento quando bem planejado. A 40 anos atrás a Rodoviária de Santa Cruz ocupou um prédio da Marechal Bitencourt, de alguns metros quadrados, onde hoje é a Imobiliária Escol, em frente à loja da Só Freios. Esteve ali por um tempo até que fosse construída a rodoviária que conhecemos hoje. O Prefeito à época era Carlos Queiróz, que prometeu ao vizinho, meu pai, que até antes do fim de seu mandato a rodoviária sairia dali, dito e feito.

Na época a região onde hoje é a rodoviária não havia muita coisa. A Chácara Peixe era ainda uma chácara, com a porteira logo atrás de onde é hoje o Posto do Saúde, e o imenso pasto de estendendo, ao longo da rodovia, para os lados da atual Avenida do Ginásio de Esportes e ia para frente. A Clementino Gonçalves ia até uma parte, ao longe, só havia pasto. O único destino de quem seguia pela estrada que hoje é a Clementino era a Fazenda Solange, e lá na frente se vislumbrava a estrada de terra escavada no morro, onde hoje é o Galeguinhos. Lembro que eu e meus amigos íamos de bicicleta fazer churrasco na Fazenda Solange, na época parecia uma aventura.

E Carlos Queiróz colocou a rodoviária ali, naquele lugar longe de todos. Visionário e inteligente. Hoje a cidade já foi embora e ocupou todo aquele terreno, a Tiradentes já aumentou, se ligou com a avenida do Ginásio de Esportes, a Clementino sumiu de nossas vistas e se ligou à Rodovia Ipaussu-Bauru. As construções estão chegando ao Galeguinhos, e logo tudo aquilo estará tomado. A Carlos Rios, está toda ocupada. Toda essa região se desenvolveu. É questão de tempo para que toda a área seja ocupada. A alavanca de crescimento foi dada a 40 anos. E a resposta veio.

Hoje temos de pensar em outro ponto de desenvolvimento. E ele nos é apresentado como a Rodovia Orlando Quagliato. Construímos lá o Distrito Industrial, que precisa ser alavancado. Construiu-se lá o Portal da cidade, então é lá a principal entrada de Santa Cruz. A rodovia apresenta um fluxo de veículos imenso (calculo algo em torno de 300.000 veículos por mês), ligando o centro do Estado de São Paulo ao Paraná, ao Mato Grosso do Sul, ao Sul do Brasil, aos paises do Mercosul e fazendo o sentido inverso ligando estes lugares ao centro do Estado de São Paulo, o maior estado consumidor do país. E na saída da Castelo Branco, a primeira cidade que aparece é a nossa, e estamos a três quilômetros dessa rodovia.

Por isso é ali que necessita ser feita a colocação de uma nova rodoviária, caso ela venha a ser construída. Vamos agora às fundamentações, que um grupo de empresários e profissionais liberais de Santa Cruz estão discutindo, juntamente com o Vereador Leandro Mendonça.

A Rodoviária teria de ser nas imediações do portal, pois as empresas de ônibus evitam entram em cidades, devido ao atraso que isso acarreta. Empresas de ônibus como Garcia e Andorinha foram consultadas e já se posicionaram que, somente se a rodoviária for colocada próxima à rodovia é que eles disponibilizarão novas linhas de ônibus, os números apresentados giram em torno de 115 linhas para a Garcia e 100 linhas para a Andorinha. Outras empresas serão consultadas.

Com isso atendemos a um grande problema do qual sofre nossas empresas, o de escoamento de mercadoria. Com novas linhas o escoamento da produção santacruzense se torna mais fácil, não necessitando mais ir a Ourinhos para colocar mercadorias para outros estados e destinos. Ainda mais que com nova praça de pedágio entre Ourinhos e Santa Cruz, os custos de frete aumentarão ainda mais.

Mas a construção da rodoviária naquele ponto não pode estar desatrelada de outros fatores. Projeta-se a construção ao lado da mesma de um Shopping dos Calçados, além da possibilidade da construção de uma série de comércios e empresas ao longo da rodovia - no sentido do outro acesso da Rosalito, passando pelo suqueiro, para a comercialização de produtos da cidade e também da produção de cidades vizinhas (São Pedro, Bernardino de Campos, Espírito Santo, Ipaussu, Chavantes), alavancando o desenvolvimento da região como um todo e puxando o crescimento da cidade para aquele lado, a partir do parque São João. Crescimento esse que já acontece hoje, pois vários loteamentos estão sendo previstos para os lados do Jardim Santana. O SENAI já tem local reservado para uma unidade escolar na via Placido Lorenzetti .

O atendimento à rodoviária necessitará de ônibus circulares que atenderão também ao Distrito Industrial e toda a região de cima da cidade. Necessitará de uma melhoria na própria via Plácido Lorenzetti, com sua duplicação e urbanismo. A valorização imobiliária da região. E futuramente o calçadão da Conselheiro Dantas.

Sem contar que a exposição da cidade em frente à rodovia traria mais visibilidade e a condição de trazer mais empresas para cá, aumentando a geração de emprego e renda. Com um outro fator importante que é a geração de impostos como IPTU, ISS e o mais importante, a geração de Imposto de exportação, IPI e ICMS, este último a maior receita do município.

Mais no futuro projeta-se a construção de uma via que ligue o Jardim São João, o Parque da Nações, a Expopardo, seguindo até o atual Distrito industrial. Valorizando todas essas áreas, dando acesso à Expopardo e possibilitando a construção de um novo Distrito Industrial próximo à Usina de Tratamento de Esgoto, que foi projetada para atender a 150 mil habitantes.

Esse é o desafio de um projeto que parece grande e sonhador. Carlos Queiróz pensou no desenvolvimento a 40 anos com uma rodoviária e a força de muitos empresários que acreditaram em uma Santa Cruz melhor. Chegou a hora de darmos um passo a frente na nossa história e mais uma vez uma rodoviária pode alavancar essa idéia, que se torna sentimento. Mas não é um projeto impossível, quando todos pensamos juntos e a favor do desenvolvimento de Santa Cruz do Rio Pardo.