FELIZ 2050

Santa-cruzenses, feliz 2050. Chegamos ao meio do século XXI. Foi um século muito produtivo para este município, que atinge 174 anos de existência. As conquistas nesta metade de século não foram poucas para nós. E também acompanhamos o crescimento do Brasil que hoje figura como a terceira economia do mundo. As gerações de hoje não calculam o tanto que foi necessário mudar os caminhos da história social e política do município, para chegarmos a ter quase 200 mil habitantes e uma economia crescente e forte como agora. Não foram pequenos os percalços, as brigas e os conflitos para vencer aqueles que queriam que a cidade ficasse estacionada no tempo, e fizessem de tudo para que voltássemos a ter o espaço no cenário político nacional como existia na metade do século passado.



No início do século XXI, em Santa Cruz, dominava o pensamento da pequenez, do que se chamava de “mesmismo”. Se achava que como estava, era como deveria ficar. As idéias sobre crescimento e desenvolvimento não existiam. Alguma empresas cresciam, mas no todo, o comportamento era sempre voltado para a falta de interesse em fazer a município crescer. Na época os políticos somente pensavam em seus cargos, em ter o poder e se manter nele. Não existiam projetos voltados a alavancar a economia local, como os que são praticados hoje, os quais visam o crescimento da cidade e da economia municipal e regional. Na época a visão era curta, somente se projetava o município para o curto prazo, normalmente os 4 anos de governo. E não havia a participação da população no planejamento da cidade, como acontece atualmente.
Mas há 40 anos atrás o pensamento de conformismo começou a mudar, a população e os empresários começaram a perceber que, se queriam ter um município mais forte, com uma economia mais consistente e de importância nacional, tinham de mudar a forma de se comportar e de pensar. E isso aconteceu.
Os projetos foram partindo da comunidade, das pessoas que se organizavam em grupos e propunham as idéias. Essas idéias eram processadas pela pensamento de todos, os resultados eram ponderados. Levava-se em consideração os impactos que os projetos trariam para o crescimento da produção municipal, os impactos na geração de postos de trabalho e tudo foi acontecendo.

Naqueles anos foi estruturado o primeiro Planejamento Estratégico Municipal (PEM) de Santa Cruz do Rio Pardo. Também foi revisto o Plano Diretor do Município (PDM) que existia, que era extremamente falho na previsão do crescimento territorial. No PEM foram definidos os pontos negativos e positivos para o desenvolvimento do município. Foram definidas as principais linhas de ação para as obras necessárias a entrada de novas empresas e, consequentemente o crescimento das vagas de trabalho e o aumento da produção, trazendo para a cidade mais dinheiro. O aumento do dinheiro decorreu do aumento do PIB municipal e também devido aos impostos gerados pela produção e pelo comércio. No PDM foram reestruturadas as questões relativas ao crescimento territorial da cidade. Foram definidas as zonas de ocupação territorial que iriam ocorrer no futuro. Foram definidas as diretrizes para o crescimento populacional que ocorreria com os novos horizontes que se abriam.
A partir daí essas ferramentas de planejamento passaram a ter revisões decenais, com vistas à adaptação para acompanhamento do crescimento da produção e a população municipal. Com isso o planejamento municipal e urbano foi sendo uma cultura normal dentro da vida do cidadão, do empresariado e dos políticos de Santa Cruz. A partir daí a cidade teve uma maior velocidade de crescimento.
Hoje Santa Cruz é bem diferente do que era a 4 décadas atrás, pois a decisão das iniciativas sempre partiu dos vários segmentos da sociedade,tendo como parceira a Prefeitura. Hoje a partilha das idéias de melhorias são levadas em consideração independente dos partidos políticos e da condição sócio-cultural do cidadão. A sociedade participa mais ativamente de seu futuro. E a Prefeitura apóia e consolida esta participação.
O crescimento da cidade se consolidou dentro do planejado pelos vários PEM e PDM. Hoje temos um Pólo Logístico, ao lado da Rodovia Orlando Quagliato, que é um dos mais importantes do estado. Este Pólo concentra as maiores empresas de transporte do Estado e algumas das mais importantes do Brasil, sendo um ponto de ligação para o transportes de mercadorias para o interior do estado e para outras partes do Brasil, principalmente na Região Sul e Centro-Oeste. Outro importante fator é o alinhamento deste Pólo com a Rodoviária Intermunicipal, estrategicamente colocada próxima a mesma Rodovia, que recebe mais de 300 linhas de ônibus das regiões citadas.
Ao lado temos o Pólo Comercial Regional, que consolidou a importância da região com o comércio dos produtos de várias cidades vizinhas, e também de cidades do norte-paranaense e de outras cidades do Brasil. Neste pólo comercializa-se os produtos que são produzidos nessas cidades, funcionando como uma vitrine para os produtos da região devido ao seu posicionamento estratégico, margiando a Rodovia Orlando Quagliato, em seus dois lados. O uso da Rodovia fundamentou-se em decorrência do fluxo intenso de veículos, pois ela liga o interior do estado de São Paulo ao Mato Grosso do Sul e ao Norte do Paraná, estados esses importantes centros de desenvolvimento nesta primeira metade do século XXI.
Com estas estruturas econômicas colocadas em posição estratégica a cidade cresceu para aquela área, possibilitando o aumento territorial em 5 vezes, em comparação à área territorial do início do século.
Hoje temos o privilégio de ter a melhor decoração natalina da região, sendo visitado por centenas pessoas de outros municípios. Temos a casa do Papai Noel, que a décadas está assentada no conhecido Palacete da Família Lorenzetti. Local esse tombado pelo Patrimônio Histórico e reformado em meados da década de 10. Com isso recebemos anualmente a visita de 250 mil pessoas na época do Natal, o que necessitou a construção de hotéis de grande porte, restaurantes, shoppings centers, melhorias em toda a estrutura viária da cidade e adequação das lojas.
Somos também um pólo de comércio durante o ano inteiro, devido às feiras dos produtos locais que são realizadas, trazendo visitantes aos milhares para usufruírem da hospitalidade dessa cidade. E isso gera renda, empregos, produção, trabalho e dinheiro. Como todos sabem é famosa a festa do Chicolate, referência no calendário turístico do Estado e conhecido mundialmente, tanto pela qualidade dos produtos, como pela destinação social que é dado aos recursos arrecadados. E estas feiras trazem pessoas de outras cidades que também consomem em nosso comércio local.
Na área industrial, as empresas do município atuam com firmeza nas exportações de seus produtos, abrindo espaços no mundo inteiro. Sempre com a ajuda dos Prefeitos que não medem esforços para fazer nossa produção ser conhecida nos vários cantos da Terra. Viajando e também incentivando a viagem dos empresários para o exterior, para consolidar parcerias com os mercados externos. O parque industrial do município, que se localiza prioritariamente dentro dos 5 distritos industriais hoje instalados, cada um com sua especialidade, está entre os principais do Estado.
A agricultura do Santa Cruz sofreu uma transformação nos últimos 40 anos. No início do século a grande maioria de nossas terras - diga-se de passagem uma das maiores do estado - vivia prioritariamente a cultura de cana-de-açúcar, com outros produtos sendo produzidos em pequena escala. Daquele período para cá a diversificação das culturas, conjugada com o uso extensivo da plasticultura e da tecnologia, trouxe a possibilidade da criação de empresas de processamento de produtos. Essas empresas se utilizam da produção local para agregar valor a essa produção, fazendo com que o produtor rural tenha um melhor retorno sobre sua produção, e mesmo o pequeno produtor possa ter bons recursos financeiros para se manter. Dentro desse contexto, a Expopardo consolidou-se como um local multifacetado das várias feiras que são realizadas, tanto dos produtos agrícolas como da produção industrial do município.
A área social teve uma ajuda muito grande dos esportes para melhorar os índices ligados às drogas e violência. A área dos esportes agraciou o município com o surgimento de grandes esportistas, formados nas quadras esportivas locais e no complexo de treinamento esportivo, no bairro da Estação. Com projetos bem desenvolvidos e verbas dos mais diferentes deputados estaduais e federais, dos vários partidos políticos representados na cidade, foi possível diminuir as ocorrências de problemas com drogas e violência, com o uso do esporte como caminho para as crianças e jovens, retirando-os das ruas e orientando-os para uma vida mais digna. Sendo que hoje temos vários filhos de Santa Cruz e região competindo em todo o mundo e com condições de vários atletas de nossa região representarem o Brasil nas olimpíadas de 2052.

Mas apesar de tudo, muitas coisas tem ainda a serem feitas, pois apesar de todos os esforços realizados, as dificuldades e obstáculos não acabaram. Mas o que foi feito durante estas últimas décadas - com a união da população em construir um local melhor para morar, empenhando-se e participando para que isso acontecesse - já foi um passo importante no tocante às medidas que foram tomadas, E também às que serão decididas no próximo Fórum Decenal do PEM de 2050, que está para ser realizado em maio.
Deixo aqui os votos de felicidades, para os que estarão trabalhando para uma Santa Cruz do Rio pardo ainda mais promissora. E deixo aqui os agradecimentos aqueles que se esforçaram para que nesses últimos 40 anos nossa cidade saísse do ostracismo e do seu umbigo, e se voltasse para o mundo, voltando a mostrar a capacidade de trabalho que esta terra tem.
Feliz 2050 santa-cruzenses e também aos cidadãos dos municípios parceiros vizinhos, que também se apropriaram do pensamento e cresceram juntos, sem os quais o caminho que hoje se trilha não poderia ser seguido.
Imagens: as imagens aqui apresentadas foram retiradas da página do Orkut pessoal de Geraldo Martins Vieira.
Foto 1: Antiga Fabrica de Móveis Santa Cruz do Sr Luiz Lorenzetti, onde hoje é o Sobrado materiais de Construção na Conselheiro Dantas.
Foto 2: Rua Marechal Bitencourt, proximo ao Escritório do Sr. João Nantes.
Foto 3:Ciro Camarinha com Ulisses Guimarães.