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domingo, 1 de março de 2015

UNIÃO CONTRA A DEPENDÊNCIA

Doze pessoas internadas e outras 9 à espera. Este é o resultado do trabalho de apoio que presta a Pastoral da Sobriedade da Paróquia de São Benedito aos que pretendem sair da dependência. A dependência é um grande problema pois atinge a pessoa em particular e seus familiares. Dependência não é somente drogas (maconha, heroína, crack, ecstasy, metanfetaminas, etc.), álcool ou cigarro, mas também comportamentos que prejudicam a pessoa, que a torna escrava de uma situação ou coisa
- compulsão por comer, por comprar, por determinados tipo de alimento, por sexo, por se manter magro, por medicamentos para dormir, por ter um corpo bonito tanto com exercícios, cirurgias plásticas ou medicamentos, por refrigerantes, entre outras.
Muitos dizem que depender de uma coisa ou situação é uma escolha pessoal, e que essa escolha deve ser respeitada em nome da liberdade de decisão da pessoa. Discordo. Dependência é, ao contrário, a retirada da liberdade. A pessoa fica presa a uma situação, a um comportamento ou a uma coisa específica.
A dependência é, enfim, uma prisão. E nesta prisão também entram os familiares, pois sofrem pela situação que são colocadas diariamente pelo dependente.
A perda da liberdade se dá quando a pessoa não pode mais ter a decisão, pura e simples, de sair daquela situação. A decisão é alijada do simples pensamento de sair, de deixar a coisa ou situação, e suplantada pela força do resultado da coisa ou situação no organismo, ainda que por vezes momentâneo. A dependência se instala quando o organismo pede que a coisa ou situação esteja cada vez mais presente. Se a consciência acompanha o corpo, buscando mais e mais atendê-lo, o resultado é o fim para o dependente, muitas vezes o fim da família, mas sempre o seu próprio fim, numa vida só e mais curta.
Para sair dessa situação a pessoa deve travar uma luta interna entre a consciência e seu corpo. A consciência entende (quando a pessoa quer entender) que aquilo é um mal. Mas o corpo - que não tem consciência e sim um comportamento simplesmente animal - cobra cada vez mais para tê-los, pois necessita dos benefícios químicos que a coisa provoca. Quando acontece a falta, o corpo reclama e é o momento de maior briga entre o corpo e a consciência. Vence quem for mais forte.
Além da pessoa dependente a família se vê presa a uma situação de desestabilização, um ambiente carregado de desconfianças, de destruição, sem condições de suportar o dependente.
Lutar contra a dependência no mundo atual é uma ação inglória se a pessoa e a família estão sozinhas. Ambos precisam ser libertados e conviver, após a libertação do dependente, com uma liberdade vigiada, para que não se retorne ao estado anterior de dependência.
A primeira decisão deve ser do dependente, que deve ter a liberdade de opinar se quer sair ou não da dependência, da prisão, e travar a luta pela sua vida e também por sua família.
Pensar nessa luta apenas cobrando do poder público o atendimento das pessoas dependentes não resolve a questão. A família também tem de ser envolvida e para isso entidades da sociedade devem fazer seu papel.
Em Santa Cruz do Rio Pardo isso acontece.
Em agosto de 2014 foi criada, na Paróquia São Benedito, a “Pastoral da Sobriedade”. Essa pastoral é uma ação da Igreja Católica na prevenção e recuperação de dependentes e tem como objetivo a prevenção, a recuperação, a reinserção familiar e social.
Foi realizada parceria com a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Assistência Social. Conforme os Secretários das pastas, o apoio religioso é muito importante neste momento para a pessoa e para a família e facilita o trabalho de reincorporação social.
Com essa parceria, a Pastoral, que se reunia numa pequena sala para 15 pessoas, mudou-se para uma sala para 50 pessoas. O transporte de dependentes para triagem e internação nas casas de acolhida ficou mais fácil, agilizou-se os exames médicos, possibilitou-se a integração de profissionais como assistentes sociais, psicológos e médicos, integrou-se programas do governo com a ação da Pastoral.
Neste período 21 pessoas aceitaram ajuda da Pastoral. Como a luta interna da pessoa não é fácil, nove desistiram no caminho e outras doze estão buscando, com a ajuda de Deus e de irmãos em Cristo, se levantar nas casas de acolhida em Cascavel, São Paulo, Franca e Rio de Janeiro, as quais atendem os dependentes por nove meses.
Enquanto isso o trabalho com os familiares continua na Pastoral, onde esses devem frequentar as reuniões semanais, preparando-se para o retorno dos que estão em recuperação.
Estas internações são custeadas pela Pastoral que conta com a ajuda de empresários, paroquianos de São Benedito e de várias pessoas da sociedade que contribuem para esta ação de ajuda ao irmão. Mas a necessidade é grande. Atualmente a pastoral necessita de doze beliches para a casa de Cascavel, para atender a fila de espera.
Qualquer pessoa ou familiar, de qualquer religião ou credo, que necessite de ajuda para qualquer dependência, pode participar desta ação comparecendo nas reuniões da Pastoral, realizadas toda quarta-feira na Matriz de São Benedito, às 20 horas.
Quem desejar colaborar com recursos para a manutenção do trabalho de recuperação, deve entregar à coordenação da Pastoral nestes mesmos dias. O telefone para contato com a coordenação é (14) 99690-6320 e 99613-2281.
“A sobriedade exige um combate à exaltação do dinheiro e do conforto, ao desperdício e à concentração dos bens nas mãos de poucos. Ela pede um estilo de vida na simplicidade. Pessoa sóbria é aquela que, com sabedoria, descobriu que para ser feliz não precisa de muitas coisas. Sobriedade significa colocarmos à disposição dos outros o tempo, a atenção, o diálogo, a nossa cultura, dotes e carismas à luz que Cristo nos oferece no seu evangelho.” (Bispo Dom Irineu Danelon – Coordenador Nacional da Pastoral da Sobriedade)
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