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quarta-feira, 3 de junho de 2009

No rumo da quarta economia

Nesse texto explano as previsões de que a economia brasileira será uma das quatro economias do mundo. Discuto aqui qual a postura do município d Santa Cruz para que tenha uma presença dentro desse cenário de crescimento ecnômico.

Publicado no Jornal Debate - Edição 1395 - Semana de 30/12/2007 a 06/01/2008
http://www2.uol.com.br/debate/1395/index.htm

Em 2050 o Brasil será a quarta economia do mundo. Esta é a previsão de Jim O'Neill, chefe do departamento de pesquisas econômicas do banco americano Goldman Sachs, em entrevista à revista Exame deste mês. Os três primeiros países serão China, Estados Unidos e Índia. Conforme dados do mesmo banco e do Banco Mundial, o Brasil pulará de um Produto Interno Bruto-PIB de 1 trilhão de dólares em 2006, para 11 trilhões de dólares em 2050. As previsões indicam um aumento da participação na economia mundial dos quatro principais países em desenvolvimento conhecidos como Bric — Brasil, Índia, Rússia e China —, que hoje está em 15% do PIB global, metade da economia dos Estados Unidos. Esse grupo deixará para trás, em 2050, todas as economias dos países da Europa e também o Japão. Conforme Jim O'Neill, “o Brasil parece hoje o mais interessante entre os quatro países. Não é preciso que o país cresça à taxa anual de 10% para justificar seu posto. Bastaria manter uma taxa consistente de 3,5%. Mas estamos vendo algo além — parece que o Brasil entrou em um período de crescimento sustentável de 5% ou mais”. E continua: “As expectativas de inflação estão melhorando em todos os setores da sociedade brasileira e, com isso, seus benefícios se tornam mais abrangentes e as evidências econômicas disso devem ficar ainda maiores”.
Você que está lendo agora poderá perguntar: — E em que isso tem a ver com as cidades do interior paulista?
Acontece que existem cidades do interior onde essa notícia é muito importante e para outras isso nem é comentado. A diferença é que para o primeiro tipo de cidade, a interessada, essa visão que o mundo desenvolve sobre o Brasil significa elaborar um planejamento para que a economia do município participe desse crescimento propalado por estudiosos de bancos como o Goldman Sachs. Para essas cidades a notícia representa oportunidades de crescimento econômico e também social, mais trabalho para a população e, consequentemente, maior geração de renda. Para o segundo tipo de cidade, a desinteressada, isso não passa de preocupações de sonhadores, pois a forma de vida, tranqüila e pacata, está de bom tamanho. Nesse segundo tipo de município a população está, cada vez mais, constituindo-se de um número maior de pessoas mais velhas, pois os jovens deslocam-se para outras cidades em busca de trabalho e renda, ou seja para as cidades do primeiro tipo.
As cidades interessadas elaborarão planejamentos urbanos para trilhar caminhos dentro do prognóstico apresentado, buscarão ampliar sua participação dentro do PIB nacional dos próximos anos, procurarão criar condições para a criação e instalação de novas empresas, dentro da realidade de cada região, buscando sua fatia no crescimento a ser conseguido pelo país. Para isso se cercarão de profissionais que tenham qualidades suficientes para desenhar quadros econômicos, sociais e urbanísticos que proporcionem o crescimento sustentável do município no futuro. Com essa preocupação, o município trilhará um caminho consciente para se colocar entre os alavancadores do crescimento do Brasil nas próximas décadas.
No outro lado da moeda os municípios que não se interessarem serão colocados para escanteio, vivendo apenas de migalhas dos mais ricos e das benesses dos governos federais e estaduais. Estarão fadados ao ostracismo ou, se possível, a serem cidades-dormitório dos municípios mais desenvolvidos.
Essa é a diferença de postura que define um município que decida ser pólo de desenvolvimento em relação àquele que decida ficar vendo sua economia definhar. Um tem sua visão voltada para o futuro, o outro colocará seus olhos na nuca e visualizará somente o passado.
Os municípios voltados para o desenvolvimento apresentam a característica de saber que podem ser donos de sua própria transformação econômica e social. Que o desenvolvimento, parodiando Geraldo Vandré, se faz e não se espera acontecer. Ladislaw Dowbor, Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, fala que esse comportamento “tira-nos da atitude de espectadores críticos de um governo sempre insuficiente, ou do pessimismo passivo. Devolve ao cidadão a compreensão de que pode tomar o seu destino em suas mãos, conquanto haja uma dinâmica social local que facilite o processo, gerando sinergia entre diversos esforços” (Educação e desenvolvimento local, 2006, www.dowbor.org).
Dowbor, que tem vários livros voltados para o desenvolvimento local, ensina que “a idéia da educação para o desenvolvimento local está diretamente vinculada a esta compreensão, e à necessidade de se formar pessoas que amanhã possam participar de forma ativa das iniciativas capazes de transformar o seu entorno, de gerar dinâmicas construtivas. Hoje, quando se tenta promover iniciativas deste tipo, constata-se que não só os jovens, mas inclusive os adultos, desconhecem desde a origem do nome da sua própria rua até os potenciais do subsolo da região onde se criaram. Para termos cidadania ativa, temos de ter uma cidadania informada, e isto começa cedo. A educação não deve servir apenas como trampolim para uma pessoa escapar da sua região: deve dar-lhe os conhecimentos necessários para ajudar a transformá-la” (Idem, Ibidem).
E Dowbor ainda coloca: “É interessante constatar que, quanto mais se desenvolve a globalização, mais as pessoas estão resgatando o espaço local e buscando melhorar as condições de vida no seu entorno imediato. Naisbitt, um pesquisador americano, chegou a chamar este processo de duas vias, de globalização e de localização, de ‘paradoxo global'. Na realidade, a nossa cidadania se exerce em diversos níveis, mas é no plano local que a participação pode se expressar de forma mais concreta”. E conclui: “A grande diferença, para municípios que tomaram as rédeas do próprio desenvolvimento, é que em vez de serem objetos passivos do processo de globalização, passaram a direcionar a sua inserção segundo os seus interesses. Promover o desenvolvimento local não significa voltar as costas para os processos mais amplos, inclusive planetários: significa utilizar as diversas dimensões territoriais segundo os interesses da comunidade”.
E para conhecer a si mesmo é necessário gostar de seu município. O conhecimento está em divulgar a história do município na população, conhecer o funcionamento de sua economia e de sua estrutura social, conhecer como funciona as contas públicas e como é gasto o dinheiro dos tributos. A partir desse conhecimento tem-se a possibilidade de tomar decisões em relação ao seu futuro. Caso contrário, em 2050, o município será apenas uma lembrança curta na memória de seus filhos que moram longe.
— Mauricio Rodrigues de Araujo (Brasília-DF)
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